Na última década, a produção global de roupas aumentou com mais de 300 milhões de pessoas empregadas ao longo de sua cadeia de valor. É seguro dizer que a indústria da moda está prosperando. No entanto, isso acarretou altos custos ambientais. A indústria da moda é uma das mais prejudiciais ao meio ambiente, pois suas práticas de fabricação colocam uma pressão substancial sobre os recursos naturais não renováveis.
A agenda ESG (Environmental, social and corporate governance – Governança Ambiental, Social e Corporativa) veio para, digamos, arrumar a casa.
Por um lado, os processos de fabricação de têxteis com uso intensivo de água usam 93 bilhões de metros cúbicos de água anualmente. Em segundo lugar, o processo de tingir roupas é uma das fontes de poluição da água em todo o mundo. Em terceiro lugar, as emissões anuais de gases de efeito estufa da indústria da moda são maiores do que o valor combinado de todos os voos internacionais e transporte marítimo.
Depois, há a questão das condições de trabalho. Salários baixos, ambientes de trabalho inseguros e trabalho infantil costumam fazer parte da indústria.
No setor da moda de hoje, as tendências em constante mudança são projetadas, fabricadas e vendidas aos consumidores em intervalos de tempo cada vez mais curtos, causando uma redução dramática no número de vezes que as roupas são usadas antes de serem descartadas. Isso significa que o valor econômico está sendo perdido e também há implicações ambientais.
O melhor é que mais pessoas estão cientes desse fato. Especialmente com as credenciais de sustentabilidade da indústria da moda global ficando sob crescente escrutínio. Uma pesquisa recente sugere que 52% dos consumidores no Reino Unido e nos Estados Unidos desejam que a indústria da moda se torne mais sustentável.
No Brasil não é diferente. Já estamos vendo iniciativas de grandes varejistas nesse sentido. A Amaro se tornou uma empresa 100% carbono negativo, entre outras iniciativas. A Renner criou o Selo Re (respeitar, repensar, reciclar, ressignificar e refletir) que simboliza o jeito que a marca pensa e pratica a sustentabilidade. A C&A vem reforçando seu compromisso nas questões ambientais com a iniciativa #VistaAMudança e o lançamento anual de Relatórios de Sustentabilidade, com o objetivo de contar os compromissos e resultados alcançados em sua trajetória.
No caso de aumento da conscientização do consumidor e mudanças comportamentais e outros acordos globais sobre padrões de orientação, há uma mudança de paradigma ocorrendo em toda a indústria da moda. As questões ESG agora são uma parte cada vez mais vital do modelo de negócios das empresas.
A Prada se comprometeu a eliminar o nylon virgem. A Zara também seguiu o mesmo caminho. Ela se comprometeu a fazer todas as suas roupas com tecidos 100% sustentáveis até 2025. A Urban Outfitters também anunciou uma assinatura de aluguel de roupas que ajudará os clientes a tomar melhores decisões de roupas sustentáveis, enquanto a Nordstrom iniciou uma categoria de compras online chamada “estilo sustentável”.
Há mais a se fazer:
🌿 redução na quantidade de embalagens;
🌿 oferecer remuneração justa e boas condições de trabalho;
🌿 usar materiais renováveis e recicláveis;
🌿fazer roupas que durem mais e usem menos recursos (energia, água, materiais).
Essas são algumas das maneiras que os clientes desejam que as empresas de moda se ajustem.
Os investidores de longo prazo avaliam cuidadosamente a sustentabilidade das empresas envolvidas ou alinhadas com a indústria da moda. Eles prestam atenção em como abordam o recurso significativo de demandas e questões trabalhistas que fazem parte dos processos de fabricação. Em essência, eles se concentram nos aspectos mais materiais da criação de valor de longo prazo de uma empresa.
Como vimos, ESG é essencial para as empresas e importante para os consumidores. Todos nós estamos inseridos, assim, todos ganham e o planeta agradece! 😉🌎